Mais um ano, mais uma Black Friday se passou e o que fica claro nesta nova tendência é que as empresas e seus “ótimos” departamentos de marketing ignoram a inteligência do consumidor. Muito se dá devido ao fator cultural e passivo do brasileiro de reclamar resmungando e não exercendo seu direito e quando exercem extrapolam achando até que tem direito a indenizações bilionárias; enfim o brasileiro é 8 ou 80, ou seja, ou são feitos de otários ou querem fazer os outros de otários.
Um exemplo clássico é a revolução dos R$ 0,20 e tudo muito pior e impactante no bolso do que os R$ 0,20 e a quase que total falta de atitude, já pelos vinte centavos houve muita depredação. A Black Friday é uma cultura tradicional americana mas como somos o primo pobre que copia o rico com muito atraso, importamos a ideia.
Mas o que é Black Friday: um dia, sim exatamente isso 1/365 do ano em que as empresas oferecem produtos com descontos imperdíveis e quando digo imperdível digo 70% a 90% do valor que era antes e digo antes quando me refiro há meses assim e não aumentar 50% um mês antes para dar 70% depois.
A real Black Friday é descontos fenomenais em produtos que recentemente foram substituídos por novas versões, ou até lançamentos visando o natal, a Black Friday então é a sexta feira que abre as compras natalinas e somente um único dia com descontos reais.
Agora a Black Fraude, bem é um atestado de idiota ao consumidor porque começa em janeiro e termina em dezembro, vira semana black friday (só queria saber como friday virou semana) ou pior novembro Black Friday, black night que acontece semanalmente em grandes ecommerces, enfim, Black Friday se tornou termo para dizer temos um “descontinho”, ou o termo desconto virou Black Friday ou black qualquer coisa. Vou começar a chorar descontos com o termo: “dá para dar uma black fridada ai”.
A verdadeira Black Friday começa sexta e termina na mesma sexta, e para não dizer que é tão rígida tem a Cyber Monday que vem na sequencia, para desovar o que sobrou da Black Friday e geralmente com descontos menores.
Em resumo, a Black Friday americana é algo que se você perder, terá que esperar 365 dias para conseguir descontos iguais, por isso quando vemos vídeos de abertura de lojas na Black Friday americana visualizamos uma correria e pandemônio, agora a nossa, bem, é só esperar a troca do banner ou novo email marketing da loja virtual, que com certeza acontecerá antes da segunda feira seguinte a Black Friday. Ou igual ao vídeo que vem rodando o facebook, onde os vendedores abrem as portas da loja na maior empolgação e somente entram moscas na loja.
E ainda teremos “prorrogamos a Black Friday”, ou “Nova Black Friday nesta terça”, etc., precisamos entender que Black Friday é algo que o cliente espera ansioso e não com descrença e ironias.
Insultar o cliente faz parte da cultura brasileira e como somos otários de carteirinha agradecemos a preferencia.
Durante esta Black Friday, pude observar poucos casos de uma real Black Friday, e os produtos eram na maioria livros, poderia mudar o nome para Book Friday.
Casos ridículos que rodam o facebook é prova disso, etiquetas remarcadas para o mesmo preço ou até mais caros que antes, e um caso muito comum que reparei foi de produtos que o valor DE versus o valor POR era enorme a diferença, aparentando um super desconto, por exemplo, a Air Fryer que eu vinha acompanhando o preço desde junho e seu valor estava cerca de R$ 320,00, e era exibido nas lojas como DE R$ 599,99 por R$ 319,99, pois bem, na Black Friday ela virou de R$ 629,99 por R$ 289,99 - uau, que descontão…. menos de R$ 30,00 mas para quem olha o DE x PARA original pensa, caramba quase 50% de desconto, não posso perder.
Uma rede de mercados e ecommerce fez um ato louvável em dar dignidade a sua Black Friday, garantindo que o produto comprado não terá o preço mais baixo até o final do ano, e se o fizer o cliente tem a diferença em bônus para usar com eles. Nem vou dizer que eles são americanos, tentando achar dignidade entorno da nossa Black Friday que de black é somente por ser tão suja.